Rai, concordo demais com o que você expôs nessa edição. Fico pensando que estamos tão imersos nessa ideia de bolhas, muito preveniente da experiência nas redes sociais, que nos fechamos para o mundo afora, do diferente. Nos feeds somos bombardeados pelas mesmas narrativas de sempre, as mesmas carinhas e os mesmos debates, que quando nos deparamos com algo diferente, um enredo, um desfecho diverso do que estamos acostumados ou esperávamos, tudo desaba.
Eu adoro ler coisa que me desperta para além do meu círculo. Penso que são sacudidas necessárias, que me lembram que não estou só nesse mundo e também me alertam para o fato de que a luta não está ganha.
Falei demais, né?
Hahahah
E outra, essa dona Pilar me deixou chocada com A Cachorra. Preciso de mais tempo para encarar outra obra dela.
Muita gente acredita que a literatura deve ser o espelho fiel da realidade, como se o real fosse tão limpinho e coeso. Ou terminar com uma lição de moral e um desfecho nobre.
Sempre me divirto muito com personagens controversos.
Parece que incorporamos a lógica do algoritmo para tudo. Desejamos apenas o que corrobora com quem já somos. Panfletário, sei lá. As sacudidas são as melhores surpresas que um livro pode oferecer.
Engraçado como a gente tenta adivinhar como a história vai seguir ou como tal personagem vai agir. Chegamos a nos colocar no lugar daquela pessoa, às vezes projetando nossas expectativas da situação e nos frustrando (levemente) quando a ficção não segue o que nossa imaginação produziu.
Alguns autores chegam a relatar que, por mais que tenham poder sobre o enredo, certos personagens ganham "vida própria" e o escritor só faz registrar, mesmo que seja contraditório ou inesperado (a realidade é assim também).
Seu texto me lembrou o livro Tudo é Rio, da Carla Madeira, cujas reclamações mais frequentes são pelo fato de uma personagem perdoar alguém que lhe fez mal. Eu li muitos comentários assim com surpresa. Como assim? O que mais desagradou no livro é uma personagem bondosa fazendo uma bondade?
Provavelmente eram comentários vindos de leitores que não souberam viver aquela realidade exposta ali. Sendo que a ideia não é você entrar na história pra ser você, é entrar para viver como outra pessoa. Se quem lê vive mil vidas, porque raios eu viveria a mesma vida mil vezes?
Rai (depois de algumas trocas aqui, senti vontade de te chamar assim, posso? Kkk), concordo com suas reflexões. E tenho um feito um exercício pra sair da minha bolha. Meu namorado que me sinaliza sempre a importância de não cair na cilada de se limitar a consumir ou apenas ouvir sobre o que concordamos.
Estou há um algum tempo pensando em escrever sobre separar o autor da obra e seu texto me deus boas ideias, além de ótimas dicas de leitura.
Foi uma ótima leitura dominical e matinal pra começar meu domingo. Abraço! 🩵
Concordo muito! Inclusive fico pensando como essas pessoas, que defendem que a literatura precisa cumprir uma função social, ser panfletaria, esquecem que a beleza, o lúdico, o mágico também tem um lugar muito importante na sociedade. Um livro pode ter a função de somente nos trazer felicidade, encanto, deslumbramento. Eu adoro uma leitura assim e não é sempre que tô disposta a ler algo com lição de moral ou tratando de questões sociais. Pra isso tem noticiário e livro de história. As vezes eu quero só ser feliz mesmo e ler uma coisa bonita 😅
Adorei a busca pelo pdf no finalzinho. Foi um desfecho inesperado. Você reproduziu a experiência que mencionou 😅 concordo com a sua perspectiva. Sinto que as pessoas passam a esperar que a arte (literatura, música, etc) tragam a salvação. Mas não dá pra ficar sufocando o artista, como se diz. Leio pra me divertir e sair da minha cabeça, principalmente. Um abraço!
Amiga gostei disso que vc falou sobre como mesmo os livros com os quais a gente não se conecta fazem a gente refletir sobre alguma coisa. Nenhum livro lido é leitura perdida!
Rai, concordo demais com o que você expôs nessa edição. Fico pensando que estamos tão imersos nessa ideia de bolhas, muito preveniente da experiência nas redes sociais, que nos fechamos para o mundo afora, do diferente. Nos feeds somos bombardeados pelas mesmas narrativas de sempre, as mesmas carinhas e os mesmos debates, que quando nos deparamos com algo diferente, um enredo, um desfecho diverso do que estamos acostumados ou esperávamos, tudo desaba.
Eu adoro ler coisa que me desperta para além do meu círculo. Penso que são sacudidas necessárias, que me lembram que não estou só nesse mundo e também me alertam para o fato de que a luta não está ganha.
Falei demais, né?
Hahahah
E outra, essa dona Pilar me deixou chocada com A Cachorra. Preciso de mais tempo para encarar outra obra dela.
Um beijo!!
Muita gente acredita que a literatura deve ser o espelho fiel da realidade, como se o real fosse tão limpinho e coeso. Ou terminar com uma lição de moral e um desfecho nobre.
Sempre me divirto muito com personagens controversos.
Parece que incorporamos a lógica do algoritmo para tudo. Desejamos apenas o que corrobora com quem já somos. Panfletário, sei lá. As sacudidas são as melhores surpresas que um livro pode oferecer.
Meninaaaaa, eu não li a cachorra 🥹🥹🥹
Queria! 😕
A Cachorra é muito bom!
concordo muito com você: a literatura é - e precisa ser - plural. nela, cabe tudo o que é humano. e o leitor tem a autonomia para decidir o que ler.
Uma das melhores qualidades da literatura, inclusive 😁
Engraçado como a gente tenta adivinhar como a história vai seguir ou como tal personagem vai agir. Chegamos a nos colocar no lugar daquela pessoa, às vezes projetando nossas expectativas da situação e nos frustrando (levemente) quando a ficção não segue o que nossa imaginação produziu.
Alguns autores chegam a relatar que, por mais que tenham poder sobre o enredo, certos personagens ganham "vida própria" e o escritor só faz registrar, mesmo que seja contraditório ou inesperado (a realidade é assim também).
Seu texto me lembrou o livro Tudo é Rio, da Carla Madeira, cujas reclamações mais frequentes são pelo fato de uma personagem perdoar alguém que lhe fez mal. Eu li muitos comentários assim com surpresa. Como assim? O que mais desagradou no livro é uma personagem bondosa fazendo uma bondade?
Provavelmente eram comentários vindos de leitores que não souberam viver aquela realidade exposta ali. Sendo que a ideia não é você entrar na história pra ser você, é entrar para viver como outra pessoa. Se quem lê vive mil vidas, porque raios eu viveria a mesma vida mil vezes?
Boa recordação, Carlos! Tinha até esquecido dessa polêmica com o livro da Madeira.
O barato é bem esse que vc falou: entrar na história para experimentar outra vida que não a sua!
Texto maravilhoso. Li com prazer.
Muito obrigada, Célio! ✨
Rai (depois de algumas trocas aqui, senti vontade de te chamar assim, posso? Kkk), concordo com suas reflexões. E tenho um feito um exercício pra sair da minha bolha. Meu namorado que me sinaliza sempre a importância de não cair na cilada de se limitar a consumir ou apenas ouvir sobre o que concordamos.
Estou há um algum tempo pensando em escrever sobre separar o autor da obra e seu texto me deus boas ideias, além de ótimas dicas de leitura.
Foi uma ótima leitura dominical e matinal pra começar meu domingo. Abraço! 🩵
Angela, claro que pode me chamar de Raí 🌷 Eu também tento furar as bolhas, mas nem sempre consigo kkkkkkkkkk confesso.
Acho que dá um ótimo texto, separar o autor da obra... Pq é um assunto espinhoso, temos dificuldade. Cai fundo! Vou amar ler! 🌻
Menina, bota espinhoso nisso hahaha. Por isso ainda não saiu, mas vem aí.😂
Valeu pela indicação, Raisa! E, pô, achei o Brancura muito bom.
Pensei em pegar outro dele, o É o Ales, o que você acha, Rodrigo?
Concordo muito! Inclusive fico pensando como essas pessoas, que defendem que a literatura precisa cumprir uma função social, ser panfletaria, esquecem que a beleza, o lúdico, o mágico também tem um lugar muito importante na sociedade. Um livro pode ter a função de somente nos trazer felicidade, encanto, deslumbramento. Eu adoro uma leitura assim e não é sempre que tô disposta a ler algo com lição de moral ou tratando de questões sociais. Pra isso tem noticiário e livro de história. As vezes eu quero só ser feliz mesmo e ler uma coisa bonita 😅
Pois é, penso que todas as artes precisam de liberdade e autonomia para nascer e existir. Obrigada pela companhia, amiga! 🌞
Adorei a busca pelo pdf no finalzinho. Foi um desfecho inesperado. Você reproduziu a experiência que mencionou 😅 concordo com a sua perspectiva. Sinto que as pessoas passam a esperar que a arte (literatura, música, etc) tragam a salvação. Mas não dá pra ficar sufocando o artista, como se diz. Leio pra me divertir e sair da minha cabeça, principalmente. Um abraço!
Kkkkkkkkkkkk o bom é que consegui a introdução e o primeiro capítulo. Não encontrei até hoje o arquivo completo 🥺
Se ler é como viajar, que a gente escolha sempre novos destinos! E ainda que repetir tbm seja gostoso.
Obrigada pela companhia, Rodrigo! ✨
Descolei o livro em espanhol e inglês. Interessa?
Quero sim, Rodrigo! Me manda o inglês mesmo: raisacapelam@gmail.com
Obrigada 😃😃😊
Amiga gostei disso que vc falou sobre como mesmo os livros com os quais a gente não se conecta fazem a gente refletir sobre alguma coisa. Nenhum livro lido é leitura perdida!