Também tem muito caso de homem que apoia a parceira em palavras, mas não pega junto as tarefas que a ajudariam a ter o tempo que ela precisa para criar. Noto que nos textos escritos por homens sobre definição de objetivos e foco nunca são mencionadas atividades essenciais para a manutenção do lar e da vida. Essas atividades, fica subentendido, são de alguém que não eles. E quem então as assume?
Verdade, Chris, uma observação muito pertinente! E essas atividades da casa são como Sísifo carregando sua pedra e depois rolando ladeira abaixo. Interminável...
"Balanço a cabeça para os lados quando penso nas pessoas que têm acesso aos bens materiais e portas abertas e, simplesmente, continuam trancafiados" - ai, amiga. Aiaiai. Obrigada.
Penso que combater o pensamento patriarcal é, principalmente, sobre combater tudo que encarcera, coloniza, estratifica e diminui.
A conquista do feminismo não é sobre não ser dona de casa, mãe de três e esposa dedicada ao lar. A conquista do feminismo é sobre poder escolher não ser isso. E também sobre poder escolher ser.
Com certeza, Andreza! Precisamos ter liberdade de escolher. Mas, como alguém que uma vez escolheu ficar em casa, te digo que é uma situação de muita vulnerabilidade. Só eu sei o que eu passei...
Que reflexão necessária! Amei esse livro. Virginia elabora questões tão atuais, infelizmente. Ainda hoje precisamos resistir para não sermos catalogadas na chamada "literatura feminina", como se fosse um lugar menor, geralmente atrelado às experiências biográficas, como se duvidassem de nossa capacidade de imaginação. Logo nós que há tempos inventamos homens bem maiores do que realmente são. Haha.
Esse livro é uma das coisas mais maravilhosas que já esbarrei. É um convite para pensarmos sobre todas as atividades que nos envolvemos e não só literatura. Obrigada pela companhia! 💕
eu amo esse livro da Woolf e amo também a crítica que a Gloria Anzaldúa faz sobre ele, o nome do artigo é: "Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo"
ela fala da dificuldade de conseguir ter uma renda que te permita escrever, até porque no fundo, a gente escreve porque precisamos e escrevemos quando podemos
essa dobradinha de leitura é bem interessante
e é uma crise minha constante: queria a liberdade de um homem, para poder delegar tudo e ter tempo só para mim
Amei a reflexão. Difícil uma mulher não se atravessada por textos escritos por outras que ousaram relatar a experiência de viver sendo mulher, numa tentativa de pegar pelas mãos as rédeas da própria existência, seja lá em qual ano que a autora viveu. Que consigamos denunciar e descrever a disparidades sociais de gêneros que são ainda estrategicamente mantidas, e também desvencilhar das demandas que não são nossas, das urgências que pertencem a um inconsciente coletivo ainda muito adoecido. E que tenhamos bagagem para viver com autenticidade.
Excelente, Raysa. Lembro de como esse livro foi importante pra mim quando o li. Agora, através dos seus desdobramentos sobre ele, tive a mesma sensação. Obrigada.
Amiga, ia pensando enquanto lia seu texto e cada pensamento que tinha aparecia no parágrafo seguinte haha! Esse livro é uma pérola e me assusta como o tempo passa e ele continua super atual. Ahh e obrigada pela menção de "Mulheres"!!! Vc é tudooo
Eu as vezes me pego pensando: queria parar de trabalhar para investir na minha profissão que hoje não me remunera (a de escritora). Tão difícil viver de arte que a gente precisa ganhar nosso próprio dinheiro de outra forma, pelo menos no começo. Aqui em casa dizemos que somos um avião bimotor (eu e meu marido trabalhamos e dividimos despesas), mas já deixei meu lado feminista de lado algumas vezes ao pensar - quiçá desejar - que só ele pagasse as contas para que eu tivesse tempo de correr atrás do meu sonho. Uma vez, de tanto me ouvi falar a mesma coisa, ele me propôs isso. Teríamos que apertar um pouco os cintos, mas era uma opção. Não consegui aceitar. Me senti vulnerável só pela possibilidade de isso acontecer de verdade. Engraçado, né? Mas imagina ter de pedir dinheiro a alguém para coisas banais como manicure. Congelei. Melhor deixar assim. Escrevo quando da. Concordo muito com Miranda de Sex and the City.
Que texto necessário, amiga! Concordo que escolhas nem sempre são livres, inclusive quando apontamos para o lado oposto, de uma mulher empoderada e aparentemente liberta das amarras do machismo. O que algumas "liberdades" de mulheres dizem sobre elas ainda estarem a serviço do patriarcado?
Também tem muito caso de homem que apoia a parceira em palavras, mas não pega junto as tarefas que a ajudariam a ter o tempo que ela precisa para criar. Noto que nos textos escritos por homens sobre definição de objetivos e foco nunca são mencionadas atividades essenciais para a manutenção do lar e da vida. Essas atividades, fica subentendido, são de alguém que não eles. E quem então as assume?
Verdade, Chris, uma observação muito pertinente! E essas atividades da casa são como Sísifo carregando sua pedra e depois rolando ladeira abaixo. Interminável...
"Balanço a cabeça para os lados quando penso nas pessoas que têm acesso aos bens materiais e portas abertas e, simplesmente, continuam trancafiados" - ai, amiga. Aiaiai. Obrigada.
Muito bom. Como homem, se não tomo cuidado, escorrego fácil pra tudo de errado
Penso que combater o pensamento patriarcal é, principalmente, sobre combater tudo que encarcera, coloniza, estratifica e diminui.
A conquista do feminismo não é sobre não ser dona de casa, mãe de três e esposa dedicada ao lar. A conquista do feminismo é sobre poder escolher não ser isso. E também sobre poder escolher ser.
Com certeza, Andreza! Precisamos ter liberdade de escolher. Mas, como alguém que uma vez escolheu ficar em casa, te digo que é uma situação de muita vulnerabilidade. Só eu sei o que eu passei...
duro ver tão pouca evolução nesse quase século que nos separam do livro da virgina woolf, né?
Isso foi o que mais me impressionou, Pedro!
Que especial estar citada neste texto. Esse livro me arrebatou também. Mexe tanto com a gente. ❤️
É um livro maravilhoso! Fiquei numa ressaca danada, desnorteada.
Que reflexão necessária! Amei esse livro. Virginia elabora questões tão atuais, infelizmente. Ainda hoje precisamos resistir para não sermos catalogadas na chamada "literatura feminina", como se fosse um lugar menor, geralmente atrelado às experiências biográficas, como se duvidassem de nossa capacidade de imaginação. Logo nós que há tempos inventamos homens bem maiores do que realmente são. Haha.
Verdade, Noemi! Rsrrsrs
Esse livro é uma das coisas mais maravilhosas que já esbarrei. É um convite para pensarmos sobre todas as atividades que nos envolvemos e não só literatura. Obrigada pela companhia! 💕
eu amo esse livro da Woolf e amo também a crítica que a Gloria Anzaldúa faz sobre ele, o nome do artigo é: "Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo"
ela fala da dificuldade de conseguir ter uma renda que te permita escrever, até porque no fundo, a gente escreve porque precisamos e escrevemos quando podemos
essa dobradinha de leitura é bem interessante
e é uma crise minha constante: queria a liberdade de um homem, para poder delegar tudo e ter tempo só para mim
Não conheço essa crítica, mas já quero lê -la. Realmente, fatores de classe e raça são determinantes...
Imagina que delícia delegar tudo e ficar assistindo brasileirão na quarta kkkkkkkk queria
Reflexões certeiras, como sempre!
Obrigada, Anny! 🩷
Amei a reflexão. Difícil uma mulher não se atravessada por textos escritos por outras que ousaram relatar a experiência de viver sendo mulher, numa tentativa de pegar pelas mãos as rédeas da própria existência, seja lá em qual ano que a autora viveu. Que consigamos denunciar e descrever a disparidades sociais de gêneros que são ainda estrategicamente mantidas, e também desvencilhar das demandas que não são nossas, das urgências que pertencem a um inconsciente coletivo ainda muito adoecido. E que tenhamos bagagem para viver com autenticidade.
Excelente, Raysa. Lembro de como esse livro foi importante pra mim quando o li. Agora, através dos seus desdobramentos sobre ele, tive a mesma sensação. Obrigada.
Realmente é um livro incrível! Vontade de distribuir para todas as mulheres!
Amiga, ia pensando enquanto lia seu texto e cada pensamento que tinha aparecia no parágrafo seguinte haha! Esse livro é uma pérola e me assusta como o tempo passa e ele continua super atual. Ahh e obrigada pela menção de "Mulheres"!!! Vc é tudooo
Adorei a Reflexão, Raisa. Não conhecia o livro e já quero ler. Parabéns pelo texto!
Eu as vezes me pego pensando: queria parar de trabalhar para investir na minha profissão que hoje não me remunera (a de escritora). Tão difícil viver de arte que a gente precisa ganhar nosso próprio dinheiro de outra forma, pelo menos no começo. Aqui em casa dizemos que somos um avião bimotor (eu e meu marido trabalhamos e dividimos despesas), mas já deixei meu lado feminista de lado algumas vezes ao pensar - quiçá desejar - que só ele pagasse as contas para que eu tivesse tempo de correr atrás do meu sonho. Uma vez, de tanto me ouvi falar a mesma coisa, ele me propôs isso. Teríamos que apertar um pouco os cintos, mas era uma opção. Não consegui aceitar. Me senti vulnerável só pela possibilidade de isso acontecer de verdade. Engraçado, né? Mas imagina ter de pedir dinheiro a alguém para coisas banais como manicure. Congelei. Melhor deixar assim. Escrevo quando da. Concordo muito com Miranda de Sex and the City.
Sim, com certeza! Já li há algum tempo e pretendo reler. 🌷
Que texto necessário, amiga! Concordo que escolhas nem sempre são livres, inclusive quando apontamos para o lado oposto, de uma mulher empoderada e aparentemente liberta das amarras do machismo. O que algumas "liberdades" de mulheres dizem sobre elas ainda estarem a serviço do patriarcado?
Sigamos atentas.
Um beijo, amiga